Segundo o presidente da Codesp José Alex de Oliva, o projeto da
hidrovia é inédito na América Latina. "São 17km estratégicos, onde
teremos uma plataforma logística recebendo veículos vindos pelo
modal ferroviário e rodoviário, transferindo para barcaças e
chegando ao terminal. Queremos a multimodalidade e a integração
dos modais. O novo acesso é sem congestionamento, com calado
tranquilo e com barcaças com até 4m, sem necessidade de dragagem”,
explicou Oliva.
Com potencial de cerca de 200 quilômetros de vias navegáveis
situadas no entorno do complexo, a hidrovia estimulará a criação de
terminais multimodais na região, impulsionando o surgimento de uma
plataforma logística, promovendo o tráfego de cargas com custo
menor, mais eficiência, segurança e menor impacto ambiental,
reduzindo o custo logístico e descongestionando os demais acessos.
O prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa destacou a importância
da hidrovia como meio de transporte. "Ele é utilizado no mundo
inteiro e ainda não temos essa cultura no Brasil. É fundamental,
pelas características da região, que possamos potencializar esse
modal hidroviário, que é de baixo custo, menos poluente e que, com
certeza, agregará mais valor ao Porto e à Cidade”.
RECUPERAÇÃO E REFORÇO DO CAIS - Como parte das comemorações
dos 126 anos do Porto de Santos, o ministro dos Transportes Maurício
Quintella participou da entrega da obra de recuperação e reforço
estrutural do cais localizado entre os armazéns 12-A e 23, que conta
com uma extensão de 1,7 mil metros, no Porto Santista. A obra faz
parte do Programa Agora, é Avançar e teve investimento, por parte do
governo federal, de R$ 229 milhões. Os serviços foram realizados
pelo Consórcio Andrade Gutierrez – OAS – Brasfond - Novatecna.
A obra vai permitir o aprofundamento dos berços de atracação
naquele trecho, adequando para a profundidade do canal de
navegação, que foi dragado para 15 metros em 2012. O trabalho
realizado contou com o reforço nas estruturas, com injeção de
concreto na base do cais e perfis metálicos, além da recuperação
de estacas e lajes eventualmente avariadas.
Para Quintella, com a conclusão dos serviços, os berços de
atracação poderão ser dragados, permitindo a chegada de navios
maiores, dando ganho de escala e produtividade para os terminais
que atuam no maior Porto da América Latina. "A obra vai beneficiar
movimentadores de carga geral, produtos químicos, grãos e também
exportadores de açúcar, onde o Porto é líder mundial de exportação
desta commodity”, explicou o ministro.
PRIMEIRO LUGAR – O Porto de Santos está em
primeiro lugar no ranking de movimentação dos Portos Organizados e
transporta um terço dos produtos movimentados no país. Além disso,
é o primeiro na movimentação de contêineres, e na exportação de
açúcar e de grãos de soja.
Em 2017, bateu novo recorde anual de movimentação de cargas,
atingindo o total de 129,8 milhões de toneladas, 14,1% o maior que
o verificado no ano anterior e 8,3% acima da então melhor marca
anual, ocorrida em 2015 (119,9 milhões de toneladas). O movimento
superou em 6,4% a estimativa inicial de janeiro passado, que
apontava para um total de 122 milhões de toneladas.
A infraestrutura portuária é dotada de mais de 15 quilômetros de
extensão de cais e área útil total de 7,8 milhões de m². Além de
55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação,
dos quais 14 são de terminais privados (Cutrale, Dow Química,
Usiminas, Valefértil e Embraport).
Destacam-se os terminais especializados, localizados nas duas
margens do estuário, com a seguinte disponibilização de berços: um
para veículos; 17 para contêineres; cinco para
fertilizantes/adubos; seis para produtos químicos; dois para
cítricos; oito para sólidos de origem vegetal; um para sal; dois
para passageiros; um para produtos de origem florestal; um para
derivados de petróleo; quatro para trigo; cinco para produtos
siderúrgicos; dez para carga geral e dois de multiuso (suco
cítrico agranel, roll-on/roll-off e contêiner). FOTOS : Paulo Silveira, Codesp