BRASIL SOBE NO RANKING LOGÍSTICO
O Brasil avançou 10 posições no levantamento que o Banco Mundial realiza de dois em dois anos para analisar as melhores logísticas mundiais. Nesta edição, ficou na 55ª posição entre 160 nações. O País vai bem nos itens "logística e competência” (45ª posição), "rastreabilidade” (46ª) e "infraestrutura” (49ª), mas perde posições em "custo” (70ª), "embarque internacional” (68ª) e "pontualidade” (57ª).
Para o presidente da Abralog, Pedro Francisco Moreira, "as posições que o Brasil vem conseguindo em levantamentos mundiais sobre logística e infraestrutura seriam muito melhores não fosse o baixo nível dos investimentos governamentais na malha logística do País, que geram estagnação na circulação de produtos".
"Além disso, temos de destacar a enorme dificuldade para alavancar a multimodalidade, pois problemas de regulamentação legal e burocracia e carência de plataformas logísticas impedem a sincronia entre os modos de transporte, elevando dramaticamente o Custo Brasil e tornando lenta a distribuição de mercadorias", explicou.
"Não é fácil competir tendo no comércio internacional 69 nações com custos mais competitivos", concluiu o presidente da Associação Brasileira de Logística".
Institulada "Conectar-se para competir 2016: a Logística Comercial na Economia Mundial”, a publicação foi divulgada nesta terça-feira, em Washington. O Brasil é um dos destaques, ele que na edição de 2014 aparecia na 65ª posição.
O Brasil aparece em melhor situação que muitos países vizinhos, como Argentina (66), Uruguai (65), Colômbia (94), Peru (69) e Paraguai (101), mas abaixo do Chile (46) e do México (54). Entre os Brics, contudo, o país aparece melhor apenas que a Rússia (99), e perde para África do Sul (20), China (27) e Índia (35). O levantamento leva em conta estudos de mais de 120 especialistas. No Brasil, foi ouvido o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), do Rio.
O relatório não aponta os motivos que fizeram o Brasil melhorar, embora indique que o Banco Mundial tem, cada vez mais, se interessado por projetos de logística urbana no Brasil. Entre os emergentes de renda média superior, o Brasil só ganhou menos posições no ranking que Botswana (saldo de 63 colocações) e África do Sul (14 posições à frente em dois anos).
O ranking global é liderado pela terceira vez consecutiva pela Alemanha, seguida de Luxemburgo, Suécia, Holanda, Cingapura, Bélgica, Ásutria, Reino Unido, Hong Kong e Estados Unidos, nas dez primeiras posições. A Síria, em guerra há mais de cinco anos, é a pior qualificada.
O documento indica que os avanços no desempenho logístico das economias menos desenvolvidas desaceleraram pela primeira vez desde 2007, enquanto as economias emergentes continuam implementando iniciativas logísticas integradas que seguem melhorando seus desempenhos.
"O desempenho logístico tanto no comércio internacional como no mercado interno é fundamental para o crescimento econômico e para a competitividade dos países. Uma logística eficiente conecta as pessoas e as empresas com os mercados e as oportunidades, ajuda alcançar os níveis mais elevados de produtividade e de bem-estar. Infelizmente, a diferença entre os países pobres e ricos em matéria de desempenho logístico continua existindo e a tendência de convergência observada entre 2007 e 2014 se reverteu no caso de países com o pior desempenho”, explicou Anabel González, diretora do Departamento de Práticas Mundiais de Comércio e Competitividade do Branco Mundial no texto que explica o relatório, de 63 páginas.
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