O CONSUMIDOR NO COMANDO
Um time de especialistas de primeiro nível esmiuçou o painel "
Integração da Cadeia de Suprimentos: Indústria, Varejo e
e-commerce", no segundo dia da XXI Conferência Nacional de
Logística, que se realiza na Intermodal South America, no São
Paulo Expo.
Participaram do debate o consultor Hugo Bethlem, o diretor de
Logística do Carrefour, Fernando Gasparini, Marcelo Arantes,
diretor-executivo de Supply Chain e Tecnologia da Informação,
Júlio Dantas, coordenador do Comitê de E-commerce da Abralog, o
professor Zal Phiroz, da Universidade de Harvard, Alessandro
Dessimoni, advogado tributarista, e Pedro Francisco Moreira,
presidente da Abralog, que moderou o painel.
"A era do consumidor multicanal e cross canal ganha espaço e
importância a cada dia, em face da conveniência e facilidade de se
optar por uma ou outra forma no momento do impulso da compra",
disse Pedro Moreira, ao iniciar a apresentação.
Segundo ele, a combinação de lojas físicas, vendas porta-a-porta
e e-commerce desafia tanto a indústria quanto o varejo a entender
melhor o consumidor diante da diversificação de opções de compras.
"Mais que isso, desafia a indústria e varejo a se unificarem,
buscando maior integração de modo a responder positivamente a esse
novo momento e proporcionar uma experiência única ao consumidor.
Nesse contexto colaboração é a palavra-chave", defendeu o
presidente da Abralog.
Para Pedro Francisco Moreira, o papel diferencial da logística
vai reforçar, cada vez mais, a necessidade de se construir uma
infraestrutura robusta para suportar todas essas mudanças e
integração de canais, pois são claras as expectativas de quem
compra e as de quem vende. "À logística cabe o elo final. O
consumidor está no comando e quer ser tratado com deferência e de
forma exclusiva", concluiu.
Na opinião dos debatedores, essa realidade oferece imensas
oportunidades para a logística e reafirma sua importância
estratégica como ferramenta de eficiência e redução de custos,
essencial para entregar com qualidade e velocidade todo o
sortimento, sem rupturas.
OPINIÕES
A grande questão, para Hugo Bethlem, é como facilitar a vida do consumidor. "O cliente já é ominicado. O que eu faço? Se adapte ou seja esquecido", diz. E essa questão, para Marcelo Arantes, se passa por uma redução de preços dos produtos e isso só pode ser alcançado com uma redução de custos.
"Como é que eu precifico o tempo do cliente?", esse é o grande desafio segundo Fernando Gasparini. Alinhando expectativas entre cliente e empresa é a opinião de Zal Phiroz, que afirma que o modelo de mercado já mudou em todo o mundo. "Estamos passando por uma nova revolução, diferente da industrial. Uma revolução de novos modelos", complementa Júlio Dantas.
Nesse novo mundo, os desafios da logística nacional se multiplicam e os principais, segundo o advogado Alessandro Dessimoni, são os desafios fiscais.
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