DESCOBERTA PELO CAMINHO DOLORIDO
A Associação Brasileira de Logística, a Abralog, lamenta que o Brasil tenha descoberto nos últimos dias - e pela pior maneira possível - a importância da Logística. A paralisação dos caminhoneiros, motivada por uma circunstância muito justa, mas levada adiante atropelando o direito constitucional das pessoas de ir e vir, desnudou para quem ainda não sabia a fragilidade da matriz de transporte brasileira.
Escancarou também a anemia de nosso poder de reação e de outros instrumentos inerentes à logística: capacidade de previsão, planejamento, intervenção, correção e rápida retomada da normalidade.
A Abralog manifesta sua enorme preocupação com o momento atual pelo fato de que havíamos conseguido sair de uma severa recessão, com expectativa de que o crescimento estava sendo retomando gradativamente. Não estava.
O movimento de paralisação dos caminhoneiros foi como um tsunami na economia - ainda não dá para chegar aos locais assolados e enxergar com clareza o cenário de destruição.
Como medimos o tempo em anos, é bem provável que este 2018 esteja na relação de mais um irremediavelmente perdido.Na mídia já aparecem culpados pela paralisação. Mas, sem nomes, sobrenomes e endereços. É preciso que se dê nomes aos bois.
Acreditamos, do fundo de nossas melhores esperanças, que o Brasil está sendo passado a limpo, realmente. Numa varrição que é extremamente dolorida e difícil.
Nosso negócio é logística, mas a Abralog, que não abdica de ser, nunca, uma entidade cidadã, sabe que antes de tudo há de haver educação, saúde e ética. Temos de assestar nosso Norte para a cidadania, para a honestidade.
Temos de ser sérios, porque sem isso não há logística que resista.Por último, é preciso lembrar que temos de resolver o maior de todos os entraves da logística brasileira: a ausência da multimodadlidade.
Sem que os modais de transportes estejam sincronizados, o Custo Brasil não vai se transformar em Lucro Brasil, bandeira que a Abralog abraçou há vários anos e que pode agora receber maior atenção da Nação, em função da semana aterrorizante que todos vivemos.
Com a multimodalidade, não teríamos esse impacto avassalador.
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