ABRALOG COORDENA PAINEL NA FIESP
Paulo Resende. Foto: Everton Amaro/Fiesp Pedro Francisco Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), moderou um dos mais concorridos paineis do 8º Encontro de Logística e Transporte da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); “Multimodalidade e cadeia de suprimentos”. Segundo Moreira, que também é diretor-adjunto do Departamento de Infraestrutura da Fiesp, os modais não são concorrentes, mas complementares. Para ele, não se pode falar em multimodalidade sem plataformas logísticas. Os convidados do painel foram o professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, Luiz Vieira, da Booz & Company, Nelson Fernandes, da Geodis, e Douglas Tecla, da DHL Supply Chain. “À medida que os anos passam, a matriz de transporte se consolida na integração das cadeias de suprimento, fazendo com que qualquer mudança seja extremamente difícil e de longo prazo”, explica Paulo Resende. “Nós vamos continuar dependendo de rodovias. A multimodalidade no Brasil vai crescer quando passarmos a ter a integração das rodovias com os outros modais.” Nelson Fernandes. Foto: Everton Amaro/Fiesp Para Luiz Vieira, da Booz & Company, além de não haver projeto de interligação entre os modais, o Brasil sofre com a falta de plataformas que funcionem de acordo com as necessidades. “Só há uma forma de termos multimodalidade no país: ter pontos de conexão, como portos e aeroportos, extremamente eficientes”, afirmou. Outro ponto de atenção são as mudanças de foco e as oportunidades que tem surgido no Brasil. “Temos uma novidade no cenário nacional com a privatização do aeroporto de Viracopos, que vai sair de 100 vôos diários para 1000. E o entorno? Cadê o investimento? De armazéns de transferência, paletização?”, alertou Nelson Fernandes, da Geodis. “Também temos uma grande mudança de cadeia, que não inclui só o supply chain, o suprimento, mas também o supply value e o supply demand. E a logística no Nordeste, hoje, é uma ilha de consumo. O Centro-oeste, com a evolução do agronegócio, é outra ilha de consumo. É preciso mudar a logística para atender as três cadeias que se modificam e se ajustam diariamente.” Reconhecendo os problemas do país, Douglas Tecla diretor da DHL Supply Chain, trouxe propostas possíveis para a questão da multimodalidade. Douglas Tacla. Foto: Everton Amaro/Fiesp “A logística do futuro vai ter plataformas multimodais nas entradas da cidade. Teremos que trazer carga de contêiner de Santos para as plataformas logísticas em torno do ferroanel, ou usando o ferroanel e o rodoanel, e depois fazer distribuição urbana”, afirmou Tacla. “Podemos ainda trabalhar a questão da sinergia, na criação do transporte colaborativo, pressionar o governo sobre a regulamentação, mostrar que a questão tributária é fundamental. Dessa forma, a gente começa a fazer algum progresso.” Fonte: Ariett Gouveia, Agência Indusnet Fiesp
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