A iniciativa surgiu durante o painel Multimodalidade da XVII Conferência Nacional de Logística, que se realizou em São Paulo de 17 a 19 de setembro, no Expocenter Norte.
"Nesta décima-sétima edição da CNL estamos discutindo a logística que se faz hoje no Brasil e a logística que queremos ver implantada, e ela depende fundamentalmente da multimodalidade. Não vamos conseguiu transformar o Custo Brasil em Lucro Brasil sem integrar todos os modais", apontou Pedro Francisco Moreira (foto), presidente da Abralog.
Todos os integrantes do painel Multimodalidade concordaram com a idéia e ontem mesmo já definiram os próximos passos: envolver mais entidades e profissionais de destaque e realizar primeira reunião para delinear os objetivos e conduta inicial da Frente Nacional pela Multimodalidade.
Os profissionais que participaram do debate sobre multimodalidade, portanto "fundadores" da Frente, são: Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas, a Abear; Celso Queiroz, vice-presidente de Operadores Logísticos da Abralog e Diretor da MTO Logística; Rodrigo Bacelar, gerente de Desenvolvimento Comercial e Marketing da ID Logistics, Anselmo Riso, gerente de relações Governamentais da Bosch e Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários e também vice-presidente de Relações Institucionais da Abralog.
Vilaça, que atua em Brasília e foi o responsável pela instalação do escritório da Abralog na Capital Federal, diz que a Frente pode fazer um bom trabalho, ele que acredita na integração de todos os modais até 2020, "apesar de haver dois graves obstáculos: a burocracia e as questões tributárias. Creio que essa integração acontecerá até 2020 pela urgência, pela necessidade e pelas pressões.
Para explicar como a integrações dos modais é urgente, Eduardo Sanovicz, da Abear, deu este exemplo: "Temos 61 aeroportos que ficam próximos a terminais marítimos que poderiam receber ao menos um voo por dia caso recebessem pequenas obras, como o aeroporto de Santos-Guaruja. Em relação às ferrovias ocorrei mesmo: Anápolis, em Goiás, importante entroncamento ferroviário, poderia ter vôos diários, mas não tem".
Celso Queiroz, outro que se entusiasma com o trabalho da Frente Nacional pela Multimodalidadel, defende esta posição: "Hoje temos a intermodalidade e temos de sair dela para a multimodalidade. Com apenas um único seguro para todos os modais, imposto apenas na origem e no destino, e não sempre quando se sai de um Estado para outro. Além disso, temos de investir em TI. Logística boa se faz com a multimodalidade. E logística boa é aquela que é rápida, segura e barata", diz Queiroz, que é vice-presidente de Operadores Logísticos da Abralog e diretor da MTO Logística.
Rodrigo Bacelar, da ID Logistics, não tem dúvida de que o futuro passa pela multimodalidade, enquanto Anselmo Riso, da Bosh, acredita que já passou da hora a multimodalidade virar realidade. "A lei do Operador do Transporte Multimodal (OTM) tem 20 anos e no momento ela ainda não existe na prática".