A principal mudança no mercado nacional é a busca por alta qualidade em empreendimentos e a decisão por locar espaços em parques com estrutura completa e custos divididos ao invés de empreendimentos isolados. Há uma demanda grande por parques logísticos com estrutura premium, impulsionada principalmente pelo crescimento do e-commerce. Percebemos que o Brasil passa por um cenário de mudança nos padrões de exigência dos clientes, o que é muito bom para a GLP, já que nossa especialidade são condomínios de alto padrão. Fechamos o ano de 2014 no Brasil com 3,4 milhões de m² de área total, 2,4 milhões de m² quadrados concluídos e 1,1 milhão de m² de projetos em desenvolvimento. A taxa de ocupação da GLP no Brasil está em 97%, bastante elevada para os padrões deste mercado.
- Esse segmento cresce em todo o País e segundo consta há ainda muito espaço a ocupar. É isso mesmo, ou apenas algumas regiões "mais nobres" terão esse cenário promissor pela frente nos próximos anos?
Os centros logísticos classe A no Brasil representam cerca de 20% do estoque total, o que é muito pouco comparado ao tamanho do mercado de consumo no Brasil. No entanto, questões de infraestrutura em algumas regiões fora do eixo Rio–São Paulo dificultam o investimento em empreendimentos de alto padrão nestas localidades e ainda é necessário um amadurecimento do mercado nestas regiões. O foco da GLP é investir em regiões e propriedades com localização privilegiada que minimizem os problemas de eficiência logística e no desenvolvimento de condomínios logísticos de alta qualidade. Por este motivo, em 2015 continuaremos centrados principalmente no Sudeste. Acreditamos que ainda há muito potencial para crescimento na região. Nosso principal mercado é de consumo em grandes centros urbanos onde o
papel preponderante é o do transporte rodoviário, por isso nossos
parques estão localizados em áreas que estejam em um ótimo eixo
rodoviário.
- Comumente, diz-se que as principais vantagens dos condomínios logísticos são segurança, menores custos operacionais e possibilidade de expansão em um mesmo empreendimento. E só isso?
Há uma tendência das empresas em se deslocarem de possuir armazéns próprios para alugá-los com a finalidade de melhorar a eficiência da cadeia logística. Optar por um condomínio logístico de fato tem um impacto positivo em segurança e em custos operacionais. Além disso, é uma forma de estar em localizações privilegiadas.
- Levantamentos imobiliários indicam que há mais de 100 milhões de m² de imóveis industriais no País, sendo que os condomínios ainda não representam 15%. Isso é pouco, diante do estoque total, ou é muito, considerando-se o noviciado do segmento?
É pouco pelo tamanho do mercado brasileiro, e por isto acreditamos no potencial deste mercado mesmo com baixo crescimento da economia.
- Num cenário como o brasileiro, de infraestrutura mambembe, ausência de multimodalidade e custos logísticos elevados, qual o principal papel dos condomínios?
Os condomínios logísticos possibilitam que as empresas tenham alto padrão de serviços compartilhados, o que reduz os custos e permite que empresas que normalmente não tivessem acesso a este tipo de serviço hoje tenham.
- Alguns especialistas em logística preveem que teremos os modais integrados em mais ou menos 20 anos. O que mudará para os condomínios quando se tiver a plena integração?
Uma maior integração multimodal poderá abrir novas áreas para desenvolvimento de centros logísticos. Estamos acompanhando essa evolução e atentos as oportunidades que poderão surgir com o desenvolvimento da intermodalidade no Brasil
- A GLP é líder nos mercados chinês, japonês e no Brasil. Que comparação se pode fazer entre eles? Em quantas cidades brasileira a empresa está presente? Nos próximos cinco anos, qual a previsão de expansão?
Estes mercados estão em diferentes momentos de desenvolvimento logístico. Enquanto o Japão já é um mercado bastante maduro e moderno, a China e o Brasil ainda estão em fase de transição. A GLP gerencia um portfólio com 29 milhões metros quadrados de área locável (em 31 de dezembro de 2014), formando assim uma rede de logística eficiente servindo mais de 800 clientes. Em fevereiro de 2015, a GLP adquiriu em parceria com o GIC um portfolio de 11 milhões de m² nos EUA. Os empreendimentos estão localizados estrategicamente nos centros-chave de logística, zonas industriais e centros de distribuição urbanos. No mercado brasileiro, gerencia uma rede de logística eficiente em 35 cidades em 11 estados, com 3,4 milhões de metros quadrados de área total, 2,4 milhões de m² quadrados concluídos e 1,1 milhão de m² de projetos em desenvolvimento.