O PROBLEMA É A INFRAESTRUTURA
O grande problema do Brasil hoje é a falta de infraestrutura logística e para que
ela exista de forma adequada é preciso grande soma de investimentos, o que não é
possibilidade fácil, pelo cenário que envolve essas obras no País. Em palestra no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Edson
Carillo, vice-presidente de Educação da Abralog explicou: para que haja
investimento é imprescindível contar com o capital privado, o que
significa a necessidade de se criar estrutura de planejamento a longo
prazo; estruturação de marco regulatório que forneça segurança econômica
e jurídica aos investidores; e diversificação das fontes de
financiamento de longo prazo, entre outras ações de atração do capital.
Em sua fala, Edson Carillo, que é um dos maiores especialistas em
logística do País, montou o cenário em que se desenvolve a logística no
Brasil, focando na nossa infraestrutura, enumerando o cenário dos modos
de transporte mais problemáticos. Falou das rodovias (conservação
ineficiente, pequena malha em regiões desenvolvidas, baixa cobertura em
áreas em desenvolvimento), ferrovias (falta de contornos em áreas
urbanas, extensão e cobertura insuficiente da malha, invasões da faixa
de domínio, excesso de passagens de nível), portos (limitação de acesso
marítimo, restrição ao acesso terreste, gerenciamento portuário
ultrapassado, deficiências de retro área e berços) e hidrovias
(restrições de calado, falhas de sinalização e balizamento, obstáculos a
navegação pela existência de pontes, restrições pelas eclusas).
O vice-presidente de Educação da Abralog deteve-se também na
concentração da distribuição brasileiro pelas rodovias. O Plano Nacional
de Logística e Transporte, em 2005, mapeou o uso da rodovia em 58%, o
da ferrovia em 25%, aquaviário (13%) e outros, 4%. O mesmo estudo
previa um melhor equilíbrio da matriz de transporte do País para o ano
2025, daqui a nove anos, quando o ideal seria, respectivamente: 30%,
35%, 29% e 6%. Com a seguinte utilização: rodoviário até 400 km;
Ferroviário entre 400 e 1.500km e aquaviário acima de 1.500 km.
"A dura realidadeé que temos apenas 12% de rodovias
pavimentadas, usamos 41% da malha ferroviária, 26% das hidrovias. Em
1975 investíamos 1.8% do PIB em infraestrutura para logística, hoje,
apenas 0.5%. Estima-se um déficit de investimentos de quase R$ 1
trilhão", ressaltou. Fotos Clube de Engenharia do Rio de Janeiro/Berrnardo Abreu.
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