ABRALOG REFORÇA NOSSA LOGÍSTICA
INFRAERO | NOVA ASSOCIADA APOIADORA DA ABRALOG
Entrevista com Francisco Xavier da Silva Nunes, superintendente de Logística de Carga da Infraero.
Como a Infraero vê o desejo da Abralog de levar conteúdo logístico para as diversas regiões do País, via eventos rápidos, como seminários e mesas redondas, nos aeroportos administrados pela empresa?
É um ponto de convergência, já que temos a mesma necessidade. Com o apoio da Abralog e seus associados, a Infraero reforça sua presença no segmento logístico, e certamente vai desempenhar um papel de extrema importância para toda a cadeia produtiva. O trabalho da Associação promovendo a Logística por meio da integração de seus associados, prestando serviços, coletando informações, disseminando conhecimentos, exercendo ação política e contribuindo para o aumento da competitividade é de fundamental importância para o desenvolvimento e profissionalização do setor, e é uma iniciativa que merece nosso reconhecimento e apoio.
O que a Infraero pensa da logística?
Ano após ano é possível notar que a logística tem sido cada vez mais decisiva na competitividade das empresas. Os casos de empresas com lançamentos e produtos que precisam alcançar um número cada vez maior de consumidores fazem com que a logística, além de uma atividade parceira, seja uma plataforma para suas estratégias de mercado. Sob essa ótica, entendemos que sua importância continua a mesma desde a época das grandes navegações. Onde há o transporte, o comércio é aquecido, a região é desenvolvida, e assim por diante. Hoje, no entanto, as relações de consumo obrigam aqueles que atuam nesse ramo a serem cada vez mais eficientes com custos menores, o que nos leva à conclusão de que a logística é um decisivo vetor de qualidade que influencia diretamente o consumo propriamente dito.
Em termos de transporte de carga, como está hoje o modal aéreo, qual a participação da Infraero e o que se pode esperar para os próximos 20, 30 anos?
Apesar de o transporte aéreo de cargas demonstrar grande expansão nos últimos anos, ainda representa, frente aos demais modais de transporte, apenas 0,20% do peso movimentado na importação e 0,18% na exportação. Naturalmente, qua
ndo se trata dos valores (FOB) das mercadorias movimentadas, essa fatia é muito maior, com 17,24% na importação e 4,74% na exportação, já que o perfil dos produtos transportados é usualmente de altíssimo valor. Com base nesse histórico, é perfeitamente possível afirmar que os próximos anos serão de continuidade desse crescimento, talvez não na mesma proporção, mas que haverá crescimento, não temos dúvidas. Já para os próximos 20, 30 anos, podemos esperar que o transporte aéreo seja um grande agente de consolidação econômica de regiões além do sul e do sudeste do país, com destaque para a região nordeste, que já apresenta sinais de crescimento acima da média dos demais terminais da rede Infraero. Com as iniciativas de governo voltadas para o desenvolvimento da aviação regional, por exemplo, teremos a entrada de novos consumidores do transporte aéreo de cargas, que naturalmente acompanha o transporte de passageiros.
Qual é a visão que a Infraero tem da multimodalidade e quais os esforços que desenvolve para que essa rede exista de fato no País?
É impossível pensar num país do tamanho do Brasil sem multimodalidade. Com o aumento do consumo e do nível de exigências dos consumidores, não combinar os modais pode significar perder mercados ou ganhar clientes insatisfeitos. Nesse sentido, a Infraero caminha para se consolidar como um importante parceiro de operadores de diferentes modais. Essa realidade já é percebida pela Infraero, à medida que vem aumentando a recepção de cargas oriundas dos portos, por exemplo, na modalidade de trânsito aduaneiro rodoviário. Essa solução, ainda pouco conhecida pelos importadores, representa redução de custos logísticos com a maior rapidez e eficiência na liberação das cargas para seguirem seus destinos até o consumidor final. Traz ainda maior desenvolvimento de aeroportos regionais proporcionando incremento dos negócios do país, e facilitando o escoamento de suas riquezas.
A Infraero administra mais de 60 aeroportos no País e essa presença é fator importante para a interiorização da logística e para a criação da intermodalidade…
A Infraero acredita na capacidade que seus aeroportos têm de atuar como elemento forte no desenvolvimento nacional, como portas de entrada e de saída de suas riquezas. A grande presença dos terminais de logística de carga da Infraero em cidades do interior do país contribui consideravelmente no processo de desenvolvimento dessas regiões, pois o complexo aeroportuário como um todo passa a ser um importante elo para a concretização de negócios. Podemos citar o exemplo de Palmas, o mais novo terminal de logística de carga da rede Infraero, o primeiro recinto alfandegado do estado de Tocantins que, além da posição central e estratégica, deve se tornar um grande polo servido pelo modal rodoviário, ferroviário, e de imediato, pelo aéreo.
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