A VEZ DA TECNOLOGIA 4.0
O século XX viu a ampliação da tecnologia, enquanto o XXI assistirá a
primazia da nanoterapia. Vem aí a Quarta Revolução, a indústria 4.0,
que vai ter forte influência no mundo da intralogística. Aliás, segundo
Adriana Firmo, foto, "não há indústria 4.0 sem intralogística 4.0”, como disse
na abertura do Painel Como Gerar Valor em Tecnologia, o primeiro do
segundo dia da XX Conferência Nacional de Logística, a gerente-geral da
Still- Linde.
Assim, na intralogística 4.0, haverá alta
performance, menos acidentes, operações automáticas 24 horas por semana,
menor emissão de poluentes, e otimização de rotas, com barateamento das
operações. Mais: o que vai influenciar a tecnologia nas próximas
décadas será a rápida urbanização. "Cidades em crescimento criam
demandas por armazéns maiores e mais altos devido à falta de espaço, e
isso gera demanda por uma logística limpa:, apontou Adriana Firmo.
Outra
tendência, segundo ela, será o fato de as pessoas passarem a trabalhar
até idades mais avançadas. O resultado será um número maior de
colaboradores menos resistentes. Outra previsão dá conta de que mudanças
nos fluxos de comércio e de investimento vai reduzira diferença
percebida na qualidade de produtos, enquanto uma harmonização global de
padrões acabará com as diferenças de custo de mão de obra.
E NO BRASIL? - "Armazenamento inteligente, além dos softwares de planejamento de
rotas e soluções de gestão serão comuns nas grandes empresas e nas
pequenas, disse na sequência Luiz Antônio Rêgo, foto, CEO da Alcis Logística e
Vice-Presidente de Equipamentos, Sistemas Logísticos e de Informação da
Abralog.
Nesse futuro que já é amanhã, como raciocina Luiz
Rêgo, as implantações serão rápidas (2 semanas), mais baratas e com
grande capacidade de integração com outros sistemas. "Já chegou o
Software as a Service (Software como Serviço), que se usa apenas quando
necessário, como a hospedagem em nuvem, que reduz o custo em TI. São
ferramentas de uso fácil e intuitivo, de diminuto custo de implantação e
produtividade em tempo real”.
Na visão de Rêgo, a hora é de
monitoramento de entregas em tempo real com integração de Waze e Google
Maps para todos os sistemas da empresa. Cálculos e simulações ajudarão e
melhor escolha da operação, o supply chain terá outro desenho, pois os
aplicativos sociais estãomalterando o ambiente comercial e logístico,
enumerou o CEO da Alcis.
"Todas as modernas soluções de software
vêm com a possibilidade de acesso a qualquer dispositivo móvel. A
palavra-chave é mobilidade”, disse o VP da Abralog.
A INFORMAÇÃO É TUDO - Em sua fala, a terceira palestra do painel, Fernando Marchesan,
foto, supply chain da Pernod Ricard, deixou claro que tecnologia é ferramenta
fundamental para captar, trabalhar e usar informações de clientes. É um
suporte da logística, afirmou. No caso, uma forma de minimizar a
exposição 3PL e trazer mais visibilidade e flexibilidade para a tomada
de decisões. Suportada por uma torre de controle, ela usa serviços Hodie
para performance, visibilidade e rastreamento e GkO nos custos,
agilidade de análise e tarefas.
Disse também que teve de fazer
intervenção no nível de serviço em sua empresa e isso incluiu afinar a
sintonia com alguns parceiros para que estes fossem participativos,
oferecessem alternativas na sua atuação. Outra coisa: segundo Marchesan,
sempre deve-se ter o Comercial alinhado - não é parte que se possa
alijar ou deixar distante.
Para ele, toda mudança requer paciente gestão de custo, atenção ao nível de serviço e costumer colaboration.
"Quando você ganha confiança o processo colaborativo anda, acaba aquela
"preguiça" do não vai dar certo, não passa pelo jurídico" e tantas
outras manhas de zona de conforto comuns nas pessoas.
"Hoje vemos
a performance da cadeia pelo mobile, com visibilidade para toda a
companhia. Temos 80% de captura da demanda de mercado. A conversa agora é
profissional, sem achômetros. O que você está fazendo neste momento não
pode deixar de ter um olhar no amanhã, pois o que manda na empresa é a
informação”, apontou Fernando Marchesan.
MUDANÇA DE RUMO -
A Pirelli, empresa com 144 anos de fundação, teve de definir qual
caminho seguir em função de ajustes de mercado, como a chegada de novas
montadoras, fenômeno praticamente recente, pois há vinte anos existiam
no País apenas quatro. A definição do novo caminho passou pela
tecnologia.
Isso fez com que surgisse o que hoje se chama
internamente de Cadeia Logística Integrada, deixando para trás o que se
convencionou chamar de "Antiga” Cadeia Logística, como registrou em sua
apresentação Rodolfo Giotto, foto, responsávael pelo transporte e supply da
companhia na América Latina.
"O investimento em tecnologia é
feito para gerar valor para o cliente final, acompanhando a entrega e a
gestão de ocorrências. Novidades que vão surgindo e beneficiam o cliente
resultam em investimento para ele”, afirma Girotto.
A "Antiga”
Cadeia de Logística tinha desenho único para tudo. Era sequencial,
rígida e inflexível, lenta, pesada e digital. E, ainda, marcada por um
comportamento de "quebra de braço” com o mercado. A nova é sistêmica,
colaborativa, ágil, rápida e digital.
A cadeia de suprimento é
resultando dos múltiplos canais de distribuição surgidos após a vinda
das novas montadoras. Canais de distriuição como grandes redes
atacadistas-distribuidoras; varejistas; supermercados médios;
concessionárias, frotistas. Atualmente, segundo Rodolfo Giotto, mais de
20% das vendas ocorrem em supermercados.
"Para a Pirelli, a
tecnologia é uma ferramenta que auxilia na marcação da trilha”, explicou
Rodolfo Giotto. Crise? "Você não foge dela, enfrenta. E busca
ferramentas”, sugeriu.
Investimentos em Tecnologia
Os
investimentos em Tecnologia, segundo o responsável pelo transporte e
supply chain da Pirelli na América Latina buscam informação, integração
e visibilidade de entregas. Esses investimentos estão divididos em quatro vertentes, cada uma compreendendo o que segue:
- Conferir agilidade e simplificação de processos
TMS, Controle de Pagamento de Fretes
Relatórios de Performance e Produtividade
- Aumentar o Controle e Adequação Legal
Pedágios
Melhoramento de Embarques
Lei dos Motoristas
- Gestão de Fornecedores
Performance
Campanhas de Incentivo
Automatização/Integração de Pagamentos - CteMDFe
- Gerar Valor aos Cliente Final
Acompanhamento de entregas
Gestão de Ocorrências
O
Painel Como Gerar Valor em Tecnologia, como todo o conteúdo da XX CNL,
foi gerado por um Comitê da entidade, o de Tecnologia e Soluções
Aplicadas à Logística, coordenado por Maurício Fabri.
Ao abrir a
apresentação, ele explicou: "A constante busca das organizações por
reduções de custos e otimizações operacionais, faz com que o mercado de
tecnologia reduza cada vez mais o ciclo de lançamento de novas
ferramentas e sistemas. O painel mostrará como gerar valor com
tecnologia, apresentando as tendências do mercado, além de ilustrar como
a aplicação dessa tecnologia promove ganhos nas operações logísticas de
embarcadores.
Foto Maurício Fabri: Albert Caballe, Agência Riguardare.
Painel Multimodalidade
Outro Painel do segundo dia abordou a multimodalidade, hoje um dos maiores desafios da
logística brasileira, pois sem a integração dos modais de transporte não
como fazer que o custo Brasil se transforme em lucro Brasil. A falta de
sincronia entre todos os modais pereniza os gargalos, ineficiências e
os custos desnecessários, impedindo que o País possa crescer e usar de
forma ordenada suas riquezas e características naturais em benefício do
bem-estar de todo o seu povo.
A apresentação reuniu grupo de especialistas com amplo conhecimento
no
tema para debater a realidade que vivemos no País, o papel dos diversos
agentes, os avanços e o que precisa ser feito chegarmos a um País
Multimodal. Apresentaram: Vinicius Patel, Vice-Presidente de
Sustentabilidade da Abralog e Diretor Executivo da MTO Logística;
Fernando Camargo, Intermodal Manager Hamburg Süd; Priscila Santiago,
economista da Confederação Nacional do Transporte e Eduardo Calderon,
Diretor de Cargas da Gol Linhas Aéreas. Moderou o debate Pedro Francisco
Moreira, presidente da Abralog.
Painel Logística Urbana e Mobilidade
Penúltimo painel do segundo dia da XX CNL, a mobilidade urbana é uma das restrições-chave para uma
melhor qualidade de vida da população nos grandes centros urbanos. Por
outro lado, o abastecimento capilarizado de mercadorias, também
essencial, tem-se tornado cada vez mais desafiador ao longo dos anos. Moderou esse tema Hugo Yoshizaki,
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, conselheiro da
Abralog e líder de seu Comitê de Logística Urbana e Mobilidade
Como equilibrar essas duas realidades, o que podemos aprender com casos
de sucessos em países que enfrentam similar realidade, e o que tem sido
feito por aqui foram perguntas que o painel respondeu. Participaram da
apresentação Antonio Tadeu Prestes de Oliveira, Gerente de Transportes
Especiais da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, Antonio
Queiroz, Diretor Comercial da Fedex e Manoel Sousa Lima Jr., Conselho
Superior Setcesp.
CLIQUE PARA TER ACESSO ÀS APRESENTAÇÕES FEITAS DURANTE A XX CONFERÊNCIA NACIONAL DE LOGÍSTICA - PALESTRAS LIBERADAS.
RESUMO:
PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE SÃO PAULO - ANTONIO TADEU PRESTES DE OLIVEIRA, COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGCO DE SÃO PAULO ENTREGAS NOTURNAS - SETCESP
MEGA TENDÊNCIAS, INTRALOGÍSTICA 4.0 - ADRIANA FIRMO, STILL
MULTIMODALIDADE - FERNANDO CAMARGO, ALIANÇA NAVEGAÇÃO
MULTIMODALIDADE - PRISCILA SANTIAGO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE
FRENTE NACIONAL PELA MULTIMODALIDADE, ABRALOG
TECNOLOGIA, REALIDADE DO MERCADO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA - LUIZ RÊGO, ABRALOG/ALCIS
FROTA LEGAL - RODRIGO MATARAIA, AMBEV
DISTRIUIÇÃO URBANA, LAST MILE DISTRIBUTION - HUGO YOSHIZAKI, ABRALOG/CISLOG ; ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
JOGOS OLÍMPICOS, UM CORREIO COMO PRIMEIRO OPERADOR OLÍMPICO - JOSÉ FURIAN FILHO
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