PESQUISA É DESTAQUE NO VALOR
A última edição especial sobre logística do jornal Valor Econômico (foto), publicada nesta segunda-feira, 27 de março de 2017, dá destaque para pesquisa de dois associados da Abralog que analisa a situação do frete no Brasil e a quebra de braço entre transportadores e embarcadores.
A crise econômica e o custo dos fretes provocam também danos colaterais, diz o Valor,
citando a pesquisa que a Abralog divulgou recentemente e que dá conta
de abalo na longa relação amistosa dos embarcadores com os
transportadores de carga, hoje perto da ruptura pelo preço do
frete.
"Os ânimos se acirraram em função da pressão sobre os valores do frete,
a parte mais pesada do custo logístico das empresas”, disse Pedro
Moreira na reportagem. Para o presidente da Abralog, o planejamento de
carga tornou-se peça-chave nos últimos três anos, com a inteligência
logística cada vez mais na mão do embarcador, que deixou de priorizar a
terceirização.
A pesquisa, como explica o Valor, foi feita por dois associados
da Abralog: a GKO Informática e a RC Sollis. Segundo Ricardo Araújo,
sócio da RC Sollis, o universo das empresas pesquisadas representa
movimentação de 9,5 milhões de toneladas por ano, mercadoria que
ultrapassa o valor de R$ 180 bilhões.
Araújo observou na entrevista que 94% dos embarcadores reduziram a
conta-frete em 2016 e resistem a reajustar o preço do transporte. Pelo
lado das transportadoras, ainda segundo Ricardo Araújo, 60% não
conseguiram reajusta nenhum e entre as que lograram algum aumento, 88% o
fizeram abaixo da inflação.
MULTIMODALIDADE
- A bandeira da Abralog da multimodalidade também foi explorada na edição."A multimodalidade é a grande aspiração dos
logísticos. No dia em que tivermos a sincronia entre as modais, o Custo
Brasil vira Lucro Brasil", registrou o Valor, citando o presidente da entidade.
As sugestões da Abralog para que a multimodalidade seja realidade também foram contempladas: é preciso aumentar a
capacidade de armazenamento nos Estados; expandir os terminais
hidroviário, ferroviário e rodoviário; construir plataformas logísticas
em regiões metropolitanas com porte econômico; reativar o transporte
expresso de cargas e passageiros e implantar terminais multimodais
urbanos para distribuição e abastecimento em pontos estratégicos.
"Enfim, ações necessárias e bem conhecidas, como, por exemplo, a
construção do Ferroanel em São Paulo, projeto que nunca avança".
Em relação à precariedade da infraestrutura, o presidente da Abralog disse que qualquer aquecimento mais forte de vendas que venha a ocorrer fará com que voltem ao noticiário os famosos gargalos logísticos. Segundo Pedro Francisco Moreira as deficiências de infraestrutura passaram a um segundo plano por conta da baixa demanda por transportes, de menos 5,1% em 2016.
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