PESQUISA MOSTRA O FRETE NO PAÍS
A pesquisa Visão da Gestão de Fretes no Brasil em 2016, realizada pelos associados GKO Informática e RC Sollis, mostra tensão entre
embarcadores de carga e transportadores por causa da negociação
de fretes.
O levantamento,,
em segunda edição, dá conta de que 94%
dos embarcadores pesquisados reduziram a
conta frete, enquanto 60% das transportadoras não conseguiram reajuste -
e entre as que conseguiram, 88% reajustaram abaixo da inflação,
informou Celso Queiroz, foto, sócio-diretor da RC Sollis e
Vice-Presidente de Operadores Logísticos da Abralog.
A temperatura se elevou entre as partes em função da crise, que aumentou
a pressão sobre os valores do frete em 2016. Isso provocou rupturas de
relacionamentos comerciais antigos e o cenário indica que esses
desencontros devem continuar em 2017.
De acordo com a edição 2016 do estudo, a
perspectiva de preços para 2017 é de aumento do risco de operação. Ao
ouvir embarcadores e transportadores de todo o país, foi detectado que
os primeiros julgam estar pagando caro pelo serviço
e os prestadores, por sua vez, acreditam estar operando com preços
abaixo do limite suportável.
A GKO Informática e a RC Sollis ouviram
embarcadores que expedem anualmente R$ 180 bilhões em mercadorias,
um gasto em fretes da ordem de R$ 3,5 bilhões. O valor médio do
quilo dessa carga é de R$ 22,60, sendo que no total há movimentação
de 7,90 milhões de toneladas durante o ano. As transportadoras
pesquisadas movimentam 5,5 milhões de toneladas/ano e realizam 15
milhões de entregas.
A novidade do estudo atual foi incluir a visão
das transportadoras sobre o mercado. Em 2015, GKO e RC Sollis realizaram
o trabalho somente com os embarcadores.
"A relevância da pesquisa
aumenta por ser publicada dois anos seguidos e
em um período de profunda transformação, onde as empresas precisam
movimentar-se na direção da otimização de custos, nos ganhos de
agilidade de seus processos e no melhor atendimento aos seus clientes",
analisa o diretor
Comercial da GKO Informática, Ricardo Gorodovits, que também é Conselheiro da Abralog. Feita
em 2015, a pergunta "Como estão seus
transportadores nos últimos 3 anos?" foi repetida em 2016. Apesar dos
ruídos provocados pela negociação de valores, os embarcadores continuam
satisfeitos com seus transportadoresa: enquanto na pesquisa anterior 90%
responderam que iguais ou melhores, a avaliação de 2016 não mudou, pois
89% cravaram a mesma resposta: iguais ou melhores.
GRANDE CONTRIBUIÇÃO PARA A LOGÍSTICA
Para
o presidente da Abralog, Pedro Francisco Moreira, a pesquisa é uma
grande contribuição para a logística nacional, em todas as áreas de
ação, pois é extremamente útil para os profissionais, empresas
embarcadoras e de transporte, além dos governos. "O
levantamento radiografou a carga, notadamente a fracionada, em todo o
território nacional, em grandes, pequenas e médias cidades; foi também
aos rincões desse País. O trabalho é um guia consistente e robusto",
comentou durante o evento.
CONCLUSÕES E TENDÊNCIAS
O mercado brasileiro de distribuição está cada vez mais complexo e com
canais de distribuição especializados e exigentes (atacado,
atacado/distribuidor, varejo, multivarejo, multiníveis, door-to-door,
B2C) com as transportadoras sendo "especialistas” em todos eles.
Está ficando comum embarcadores operarem em mais de um canal, com tendência de serem omnichannel.
Todos os canais de distribuição cobrindo interiores mais remotos e periferias de difícil acesso.
Aumenta nas cidades a restrição de tráfego bem como o crescimento de gargalos.
Está clara a necessidade de se ter logística reversa de pós-venda tão eficaz como a logística de entrega.
Nível de exigência geral se eleva - tanto dos dos clientes, quanto dos clientes dos clientes.
Mão-de-obra precária, com problemas de formação e treinamento dado pelas empresas.
Várias rubricas de custo atreladas ao dólar, portanto, com muita volatilidade.
Burocracia estatal pesada, lenta e com
interferência direta no custo de operação (impostos, meio-ambiente,
licenças de operação, alvarás, etc).
Malha viária (urbana, interurbana e interestadual) problemática.
Graves problemas de segurança pública.
Aumento de pressão por prazos de entregas menores e mais precisos, com estoques menores.
Hoje, para o transportador, prazos menores e mais precisos significam necessariamente aumento de custos.
As "não-entregas” e sua gestão são causas
geradoras de custo alto tanto para embarcadores (P.A., estoque em
trânsito, perda de vendas, imagem, etc) como para o transportador
(custos de reentregas, custo de informação, aumento da sinistralidade).
Vale tanto para o mercado B2B como B2C.
A busca conjunta de solução para esse problema é
uma das principais oportunidades de redução de custos e ganho de
produtividade.
O aumento da terceirização das operações logísticas está também aliado a
mais riscos passados de forma cada vez mais estruturada às
transportadoras.
GKO Informática
Fundada em 1987, a GKO Informática (www.gko.com.br) se dedica ao desenvolvimento e ao
apoio à implantação de soluções de base tecnológica na área de logística
e especializou-se na área de gestão de fretes para embarcadores,
segmento no qual atua com seu principal produto, o
software GKO FRETE.
RC Sollis
Com 20 anos de atividade, a RC Sollis (www.rcsollis.com.br) desenvolve projetos que oferece
aos clientes uma gama de serviços que englobam check up e diagnóstico de
gestão e operação do negócio, assessoria estratégica corporativa para
companhias do setor de distribuição e desenvolvimento
de negócios e investimentos em logística.
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