NÃO TEM COMO NÃO USAR LOGÍSTICA
A Alcis Softwares para
Logística, mais nova apoiadora da Abralog, é uma empresa 100%
brasileira dedicada ao desenvolvimento de soluções de tecnologia
para supply chain, com dezenas de instalações no Brasil, Chile,
Argentina e Venezuela. Na entrevista que se segue, Luiz Antônio
Rêgo, CEO da empresa, diz o que pensa de logística e como está na
sua opinião o setor no Brasil.
O que a Alcis pensa da
logística e que importância dá a ela?
A
logística é a forma mais racional para se obter resultados,
tangíveis ou não, seja para empresas, governos e pessoas comuns.
Quando se busca qualidade de vida como resultado, ela é o caminho.
Se a busca é por qualidade de trabalho ou de serviços prestados, é
impensável se obter sem o correto emprego da logística. Por crermos
nessas afirmações é que nos especializamos no fornecimento de
softwares para logística.
Na sua opinião, como está hoje
a logística nas empresas brasileiras?
Depende
do segmento de negócio. Existem os mais competitivos – e-commerce,
por exemplo – que não conseguem resultados positivos sem o bom uso
da logística. Operadores logísticos, talvez os mais ‘acostumados’
com a necessidade e uso de sistemas, estão em um nível bem avançado
no trato com a logística. Entretanto, as indústrias ainda hesitam
em crer que a logística deve ser tratada com a mesma atenção e
intensidade que a forma com que seus produtos são produzidos. Ainda
se produz de forma lucrativa e se perdem os ganhos no momento da
armazenagem e na entrega ou abastecimento. Enfim, de modo geral o
mercado está amadurecendo e com isso vem o reconhecimento da
necessidade da logística.
Por atuar em setores de grande
importância para a logística, como indústria, serviços,
distribuição, operadores logísticos, varejo e atacado, cadeia do
frio e recintos alfandegados, você diria que hoje a logística é
ferramenta levada muito a sério nas empresas, já é considerada
estratégica?
As
empresas que têm maturidade administrativa e comercial levam a sério
sim, sem dúvida. Muitas vezes chegaram a este estágio por conta da
pressão de mercado, seja de seus clientes, fornecedores e até mesmo
concorrentes. Os clientes hoje não toleram mais a desinformação ou
os atrasos. Os fornecedores não querem ‘pagar contas’ que não
são suas, como recall por problemas de armazenagem ou transporte,
por exemplo. E os concorrentes, especialmente os internacionais que
buscam sempre as oportunidades mais lucrativas e duradouras,
ensinaram ao mercado a se preocupar com ‘o valor’ e não com ‘o
preço’. Assim, cada vez mais se preocupam com ROI (retorno de
investimento), o que por si só demonstra que se enxerga logística
como investimento, e mais, absolutamente estratégico. Como atender o
mercado de fast-food ou medicamentos sem o emprego de boa logística?
E só para exemplificarmos, alguns clientes nossos separam 300.000
linhas de pedido por dia. Outros 25.000 pedidos por semana. E tudo
isso deve ser entregue no local certo e na hora combinada. Como
fazê-lo sem a logística? Por isso, especialmente, logística é
considerada estratégica.
A
Abralog lançou a Frente Nacional pela Multimodalidade por acreditar
que sem multimodalidade não vamos conseguir transformar o Custo
Brasil em Lucro Brasil. Qual sua opinião?
A
multimodalidade em um País com nossas dimensões geográficas e
econômicas não é somente desejável, mas sim, fundamental. Até
quando se acredita que seremos não competitivos, mas viáveis
economicamente enquanto persistir o conceito dito, como se fosse um
mantra, que o transporte no Brasil só se faz pelas rodovias? Pelas
rodovias, sim. É clara nossa vocação e décadas de aprendizagem e
evolução. Mas é chegada a hora de se integrar o rodoviário a
outros modais, e se possível, todos. É muito mais racional,
reduzirá fortemente o Custo Brasil e exigirá para tanto, emprego de
inteligência, lógica e racionalização, além obviamente, do
governo, promovendo redução da carga tributária, guerra fiscal e
investimento brutal na infraestrutura.
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